Azeite de oliva é o produto obtido
através do processamento
do fruto das oliveiras, a azeitona,
sendo que, para ser denominado como
azeite de oliva o produto
não pode apresentar mistura com
qualquer outro tipo de óleo.
Os azeites virgens dividem-se em:
Azeite de Oliva
EXTRA VIRGEM:
Azeite excelente, sua acidez,
expressa em ácido oléico,
não superior a 1%.
Não sofre nenhum refino químico,
por isso é mais puro e mais rico em nutrientes,
sendo o mais saudável de todos os azeites.
Azeite de Oliva
VIRGEM:
Azeite de boa qualidade, pode apresentar
ligeiríssimo defeitos de cheiro e
sabor quando em comparação
ao extra virgem, sua acidez, expressa em
ácido oleico, deve não superior a 2%.
Azeite de Oliva EXTRA VIRGEM:
é um óleo saudável e o consumo
traz benefícios para a Saúde !
"Os habitantes dos países mediterrâneos
possuem uma dieta bastante saudável,
consumindo altas doses de azeite de oliva,
frutas, legumes e peixes.
Dentre esses alimentos o azeite de oliva é
considerado o principal
fator para a preservação da saúde
dessa população.
Dados de estudos científicos revelam
que a dieta mediterrânea
protege a população de doenças
coronarianas, de câncer, principalmente,
do intestino e de mama e do envelhecimento".
Um grupo de pesquisadores Europeus do
"German Cancer Research center,
Heidelberg, Germany" e do
"National Institute of Cancer
Research, Genova, Italy",
liderados pelo Dr. Robert W. Owen,
conduziu um estudo,
no qual foi analisada uma extensa
bibliografia sobre o
Azeite de Oliva, sua composição
e seus efeitos benéficos para a saúde.
Segundo eles, a dieta mediterrânea
protege a saúde reduzindo as
taxas de mortalidade por câncer e por
doenças coronarianas.
Dados recentes mostram que na Europa,
a mortalidade por câncer de intestino
e de mama é muito maior nos países
onde o consumo de azeite de oliva é baixo
(Escócia, Inglaterra e Dinamarca)
e muito menor nos países onde
o consumo do azeite é alto
(Grécia, Itália e Espanha).
Por essa razão, é importante estabelecer
quais os componentes químicos do azeite
que contribuem para o seu efeito protetor.
Composição do Azeite de Oliva
Há uma grande variedade de estudos que
analisam os componentes do azeite de oliva.
Montedoro, Angerosa, Kiritsakis,
e mais recentemente Owen
foram alguns dos pesquisadores
que se dedicaram ao assunto.
Os estudos mostraram que as
principais substâncias
químicas envolvidas na proteção à saúde
são os fenóis, o esqualeno, a gordura
monoinsaturada e o ácido oléico.
Montedoro encontrou uma concentração
de fenóis em torno de
500mg/kg de azeite,
o que diverge dos resultados
do estudo de Owen,
que identificou uma concentração média
de 196mg/kg. Este pesquisador provou
também que as concentrações
são maiores no Azeite de Oliva
EXTRA VIRGEM
do que no Azeite de Oliva VIRGEM
refinado (azeite com alta concentração
de ácido que precisa ser refinado
mais uma vez, ou seja,
"de pior qualidade").
Avaliando os diferentes fenóis do
óleo de oliva identificou o hidroxitirosol,
o tirosol e o secoiridoide
em concentrações um
pouco maiores no
azeite extravirgem.
Outro fenol encontrado no
óleo de oliva foi o lignane,
também em concentração
muito maior no óleo extravirgem do
que no óleo virgem refinado.
Em relação à substância esqualeno,
Kiritsakis demonstrou que o azeite de oliva
é o óleo vegetal que contém as maiores
concentrações deste componente,
variando de 136 a 708mg/100g de azeite.
Seus dados estão de acordo com os
encontrados por Owen,
que comparou as concentrações
de esqualeno encontradas no
azeite extravirgem,
no azeite virgem refinado e
nos óleos de sementes
(milho, girassol e amendoim).
O óleo extravirgem tinha uma
concentração de 424mg/kg,
o virgem refinado 340mg/kg e os
óleos de semente apenas 24mg/kg.
Capacidade Antioxidante
do Azeite de Oliva
De acordo com os autores, o potencial
antioxidante dos componentes fenólicos do
azeite de oliva tem sido alvo de grande
interesse, isso devido ao seu efeito protetor
da saúde e à sua grande capacidade de
auto-estabilização.Acredita-se que a alta
concentração de gordura monoinsaturada
e de ácido oléico exerça um papel
importante na menor susceptibilidade
de oxidação do azeite de oliva, pois estas
substâncias são mais estáveis do que
as gorduras poliinsaturadas e
os ácidos linoléicos (substâncias
presentes em outros óleos vegetais).
Estudos pregressos mostraram que o fenol
mais responsável pela inibição da
oxidação é o hidroxitirosol.
E que o azeite de oliva, tem um
importante papel na inibição da oxidação
dentro da luz intestinal.
Owen estudou o efeito antioxidante
dentro do intestino,
comparando os efeitos do azeite de oliva
extravirgem, do azeite virgem refinado
e dos outros óleos vegetais.
Ele notou que os outros óleos vegetais
apresentaram uma capacidade antioxidante
mínima dentro do intestino.
Segundo os autores, caso as substâncias
fenólicas fossem purificadas e isoladas
do azeite de oliva, elas teriam um
poder antioxidante muito maior do
que os medicamentos antioxidantes
já conhecidos, como os preparados
de vitamina E, sendo uma ótima opção
para a prevenção do envelhecimento.
Quais os Mecanismos Envolvidos
na Proteção à Saúde?
Os autores concluíram que o consumo
do azeite de oliva é o responsável
pela baixa incidência de câncer
e de doenças coronarianas nos
países mediterrâneos.
Mas qual seria o mecanismo?
O uso contínuo de azeite de oliva,
especialmente do azeite extravirgem,
pode fornecer uma carga suficiente de
antioxidantes ao corpo, o que pode
reduzir a oxidação através da inibição da
peroxidação dos lipídeos,
fator que está envolvido nas
doenças coronarianas,
no câncer e no envelhecimento.
Por outro lado, todos os componentes
do óleo de oliva, citados neste artigo, s
ão lipossolúveis (solúveis em gordura),
o que facilita a sua absorção e
transporte pelo corpo
(pois as membranas celulares são
compostas por lipídeos),
dessa maneira, a proteção pode se dar
na mama e em outros órgãos distantes.
O restante dos componentes
não absorvidos permanece na luz
intestinal protegendo as
células contra a oxidação e,
conseqüentemente,
o desenvolvimento do câncer.
O lignane tem sido muito estudado,
devido ao seu alto poder antioxidante.
Além desse papel, o lignane
parece inibir o crescimento celular
dos cânceres de pele, de mama,
de pulmão e de intestino.
Segundo os pesquisadores,
o mecanismo dessa inibição pode
ser devido a uma atividade antiviral
associada a uma
atividade antioxidante.
Por outro lado, o lignane tem uma
estrutura muito
similar ao do estradiol
(hormônio feminino, que muitas vezes
pode estar envolvido no crescimento
celular de certos cânceres),
e seu papel anticarcinogênico parece estar
associado a ações antiestrogênicas.
Os lignanes também parecem inibir a
produção de estrogênio pela placenta e
pelo tecido adiposo, diminuindo as
taxas do hormônio no sangue.
O esqualeno parece ter um papel importante
na proteção contra o câncer de pele.
Essa substância representa
12% da secreção das glândulas sebáceas.
O mecanismo de proteção parece
estar associado a um
bloqueio contra os raios ultravioletas.
Finalmente, os autores acreditam
que este estudo trouxe respostas a respeito
do papel do azeite de oliva, e de seus
componentes antioxidantes,
na proteção da saúde contra o câncer,
a doença coronariana e o envelhecimento.
Mas ele representa apenas um primeiro
passo na elucidação dos mecanismos
dessas doenças e no desenvolvimento de
estratégias para o
seu tratamento e prevenção.